Entrevistas - ADEVILON

O entrevistado da vez é um dos Secretários da Adevilon (Associação dos Deficientes Visuais de Londrina), Almir Escatambulo, formado em Ciências Sociais pela UEL, vai nos contar um pouco mais sobre as atividades da Entidade e as dificuldades do deficiente visual no dia-dia:

Quando e como surgiu a Adevilon e para quais necessidades?
A ADEVILON – Associação dos deficientes visuais de Londrina e Região surgiu no dia 13 de novembro de 1997 através da união de um grupo de pessoas com deficiência visual (cegos e baixa visão) com o objetivo de promover a inclusão das pessoas com deficiência visual na sociedade através de atividades de defesas de direitos, inclusão produtiva e apoio sócio familiar, com o intuito de valorizar as pessoas com deficiência. Na época em que ela foi fundada ela tinha o nome de ADEVILORC – Associação dos deficientes visuais de Londrina, Rolandia e Cambe, pois havia um grupo muito forte destas regiões. Inclusive o candidato recente do PV a prefeitura de Rolandia o fisioterapeuta Zezinho – que é cego, não sei se você conhece, mais daí ouve problemas entre algumas pessoas da entidade que romperam com a gente e para fins estatutários mudamos o nome da entidade para ADEVILON.

Quais serviços são prestados pela Entidade?
Ela faz encaminhamentos médicos, atendimento psicológico, assistência Jurídica, oficinas ( como pintura, culinária, artesanato), cursos (informática, musica, idiomas) e todo tipo de informação referentes as pessoas com deficiência.

Como a Entidade mantém as suas atividades diárias?
Então! A gente dispõem de uma verba da prefeitura proveniente de um convenio, promoções e contribuições de algumas pessoas. Mais na atua circunstancia está sendo insuficiente, pois a ajuda é pouca e o convenio com a prefeitura cobre somente os gastos essenciais (água, luz, telefone e o pagamento das assistentes sociais). Inclusive estamos fazendo constantes promoções para pagarmos diversas despesas, mais anda complicado manter a estrutura.

Como você vê o tratamento para o deficiente visual em Londrina? Quais avanços?
Bom o tratamento com relação as pessoas com deficiência em londrina ainda esta escasso em todos os sentidos: sou vou dar alguns exemplos. O calçadão é ruim de transitar, pois o piso esta bem danificado e causa acidentes, o transporte coletivo apesar de ser acessível é ainda uma aventura para nós pessoas com deficiência pois, as pessoas ainda não tem plena consciência de nossas dificuldades e as vezes nos ignoram (por exemplo não cedem lugar a um cego, ou não dão espaço para um deficiente para descer ou subir do ônibus no terminal), enfim. Com relação aos avanços, eu creio que são poucos pois, não há uma consciência das autoridades políticas né! Na administração anterior houve muitas negligencias por exemplo com relação ao passe livre, que é um beneficio concedido aos deficientes e que foi muitas vezes mudado a sua forma de distribuição sem consultar s pessoas envolvidas causando muitos constrangimentos inclusive. Para dizer que houve avanço foi só na adaptação dos ônibus, algumas calçadas hoje são táteis, alguns lugares públicos tem pessoas que sabem lidar com deficientes mais ainda não é 1% do ideal. Uma outra coisa que eu tenho denunciado no meu blog por exemplo é a questão dos camelos e vendedores de passes que ficam ali no terminal. É muito complicado para um cego ou um cara que usa cadeiras de rodas andar por ali porque aquele pessoal fica amontoado ali e complica a passagem, nada contra eles, precisam trabalhar e ganhar o pão de cada dia, mais eles estão irregulares e tirando o nosso direito de circular na calçada.

Quais atitudes, na sua opinião, precisam ser tomadas para inclusão do deficiente visual na sociedade?
Bom primeiramente as autoridades políticas daqui da cidade cansarem a se mexer e botar em aplicação as políticas publicas necessárias para a inclusão dos deficientes e colocar em aplicação as leis existentes que nos beneficiam, pois existem varias só para citar uma é o decreto federal 5296/2004 que é o decreto da acessibilidade que obriga os estabelecimentos públicos e privados a fazer as adaptações necessárias para o pleno acesso das pessoas com deficiência em 30 meses ou seja dois anos e cinco meses logo após a publicação do decreto ele foi feito em 2004 façam as contas, e ainda há vários lugares que não há a acessibilidade e londrina é uma delas. Então vereadores vamos acordar! Mais eu acho também que as pessoas devem ser conscientizadas a nosso respeito: seja pelos políticos ou por nós deficientes para que as pessoas nos conheçam caso contrario continuaremos tendo problemas.

Como a pessoa pode fazer parte da Entidade? Ou estar usufluindo dos serviços prestados?
Primeiramente ele pode comparecer a entidade munido de documentos cpf, rg e um laudo médico. Em seguida ele será avaliado pela assistente social, aí é só participar. Volutários são sempre bem vindos.

O trabalho que desenvolve a Entidade é muito importante e interessante. Todos nós sabemos as dificuldades que enfrentam os deficientes na cidade de Londrina, e mesmo assim, muitas vezes esquecemos deles. Parabéns ao Almir, que mesmo com tantas adversidades mostra que podemos ter persistência e força de vontade.

Se você gostaria de colaborar com a Adevilon, ou mesmo conhecer de perto as atividades promovidas, entre em contato pelo telefone (43) 3329-8143 ou pelo e-mail: adevilon@yahoo.com.br, a Associação fica situada na Rua Amapá, 16, Centro de Londrina.